Paixão, amor, desejo, sexo, ficar, compromisso, casar ou comprar
uma bicicleta... Que confusão! Com tantos termos e conceitos que a
sociedade moderna impõe ao tempo do namoro fica a pergunta: Será que não
estamos travados?
Desde o tempo das cavernas a forma de relacionamento entre o homem e a
mulher passou por várias mudanças ao longo da história. Sobretudo com
as grandes transformações da sociedade do século XX e XXI estas mudanças
continuaram a acontecer, mas junto com elas também vieram as perdas de
alguns valores fundamentais para um relacionamento sadio.
A história deu várias voltas e chegamos aos dias de hoje com o namoro
estilo “test drive”, no qual é preciso a experiência antes de um
compromisso sério. Com a desculpa de que estamos vivendo numa nova
geração com novas formas de relacionamento a pessoa é de todos, ao mesmo
tempo em que não é de ninguém, e nesta confusão perguntamos: Afinal, o
que é o tempo do namoro?
“Namoro deve ser olhado sob a ótica da vocação, ou seja, é
um tempo de preparação para se assumir uma vocação específica que é o
matrimônio”, afirma padre Paulo Ricardo.
Para o casal de namorados Ralphy e Tamires, integrantes da Companhia
de Artes CN, o namoro é um tempo sério de conhecimento. “Quando o Ralphy
me procurou ele me disse: ‘Tamy, eu não quero ficar com você para
depois namorar, vamos fazer um caminho de conhecimento, aprofundar na
amizade, antes de namorarmos’”, declarou a jovem que namora Ralphy há 5
anos.
“Eu acho que as pessoas confundem muito a paixão com o amor. Existe,
sim, a paixão, aquela coisa gostosa de estar ao lado da pessoa, de
querer vê-la, de pensar o tempo todo nela, etc. Mas quando você começa a
conviver, a ver os defeitos, as falhas, a conhecer a pessoa como ela é
realmente, é aí que entra o amor”, afirma Ralphy.
Sim, o que Ralphy declarou acima é algo que a galera confunde muito: a paixão (desejo) com o amor. Quem
nunca ouviu aquela famosa frase: “Se você me ama me dê uma prova de
amor”? Nem precisamos adivinhar a intenção dessa “prova de amor”, não é
verdade?
Chegamos então a um assunto que é meio tabu entre os jovens,
inclusive os de dentro da Igreja: o sexo no namoro. “O sexo diz para a
outra pessoa: ‘Eu me entrego inteiro para você’. Se o sexo diz isso, que
sentido tem eu dizer ‘eu me entrego inteiro para você’ e depois me
levantar e ir para a minha casa?”, indaga padre Paulo Ricardo. Para o
sacerdote, o sexo no namoro é uma mentira porque divide o corpo e a
alma. “O sexo no namoro, em vez de solidificar a relação, a abala,
porque fica sempre a dúvida: ‘Será que esta pessoa me ama ou está usando
o meu corpo?’”
Padre Paulo Ricardo está correto segundo a Associação
Americana de Psicologia, que realizou uma pesquisa com mais de dois mil
casais nos Estados Unidos da América. O estudo constatou que os casais
que tiveram relação sexual somente depois do casamento obtiveram nota
22% mais alta na estabilidade conjugal, 15% mais alta na qualidade do
diálogo entre os cônjuges e 20% mais alta na qualidade da vida sexual em
comparação com casais que não viveram a castidade no namoro.
Fonte:
Destrave / Canção Nova
Padre Paulo Ricardo
Ralphy e Tamires
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