Como você tem feito suas escolhas?
A pessoa humana, experimentando
seus próprios limites, ora faz opção pelo bem, ora pelo mal. Mas sempre
lutando por sobreviver, tendo como pano de fundo a confirmação de sua
existência, estabilidade e realização final. O importante é não ser
enganado pelo mal que a cerca e se tornar uma pessoa infeliz.
Na descrição bíblica do paraíso,
havia ali a árvore do bem e do mal. Diante dela, o homem e a mulher
deveriam fazer sua opção e escolha de vida. Era um ato de obediência ou
não, uma escolha que teria grandes consequências. Aí estava em jogo o
destino de toda a humanidade e, também, até a perda do paraíso.
Nesse cenário bíblico
encontramos inspirações profundas para nossas realizações de hoje. Às
vezes descartamos a esperança diante de opções que matam a vida. Podemos
até perder o sentido do novo paraíso, a vida em Deus. Isto acontece
quando desconhecemos o sentido do sagrado e da dignidade da pessoa
humana.
A força do mal leva consigo
falsas promessas. É como o poder dominador, que faz parceria com quem
age da mesma forma e não dá valor às iniciativas dos outros. Cai por
terra a prática da fraternidade e a convivência entre os irmãos. As
consequências de tudo isso é o endeusamento do individualismo, fato tão
proclamado pela nova cultura.
A condição humana está ligada à
liberdade e à capacidade de escolha. Tem como segurança a esperança, que
deve sempre ser alimentada e concretizada em Jesus Cristo. Supõe firme
convicção de fé na ressurreição e na vida eterna. A morada terrestre,
que será destruída, transformar-se-á em uma morada eterna em Deus.
A vida é sempre marcada por um
paraíso perdido, passageiro, e pelo mal que nos leva a perdê-lo. Isto é
fruto da tendência que todos temos para o mal, para atos de injustiça e
por atitudes muitas vezes desumanas. Assim ficamos perdidos na busca do
bem e de uma condição humana que nos torna realizados. A dignidade é
fonte de humanização e divinização.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba - MG
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